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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Banheiro


O restaurante estava lotado, nem parecia dia de semana
Depois de alguns goles do espumante
Eis que a taça quebrou-se no alvoroço em que fizemos
E ríamos iguais a crianças travessas
Quando chegamos a casa
Notei um livro no banheiro
Então perguntei:
Mas quem lê no banheiro?
Ao folheá-lo li:
“Por que foi que cegamos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegamos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem”
Lembro como hoje, ao lado da pia, Ensaio Sobre a Cegueira.
E sair do banheiro sem dar a descarga!

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