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sexta-feira, 6 de maio de 2011

Cacto



Eu poderia passar o dia inteiro tentando decifrar o que se passa por sua mente no momento em que seus olhos fixam nos meus, e eu tenho certeza que ainda assim não conseguiria ter todas as respostas.

Mas de uma coisa eu tenho certeza! Existe uma música que nos embala em um momento único, a qual nenhuma outra pessoa pode ouvir, apenas nós dois.

Se eu ao menos suspeitasse que seria assim já teria entregado meu coração desde o primeiro dia em que eu atravessei o portão da tua casa, teria te feito uma canção, teria te posto no meu colo e acabaria com as regras do jogo que no início foram postas.

Contudo, não foi assim, a vida nos prega peças e do terreno outrora árido, surgiu um fértil e inabalável sentimento. Poderia comparar o nosso amor a um cacto. Ele nasce num solo seco, vive com pouca ou quase nenhuma água, e mesmo assim sobrevive. Só nós dois sabemos o que passamos juntos e mesmo assim o nosso sentimento nunca foi abalado, ainda que posto em prova por diversas vezes.

Eu sei que às vezes eu pareço uma velha chata que fica guardando quinquilharias dentro desse baú velho que eu chamo de coração, mas saiba que, o que eu guardo de mais importante aqui dentro é o seu amor.

É o seu amor que me dar certeza de quem eu sou, do valor que tenho, da vida que construímos juntos e do futuro vindouro.

Pois foi por você que um dia eu deixei a onda do mar da vida me levar e atraquei o meu barco no recôndito mais profundo de tua alma. E lá me vi e permaneci.

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